Piloto automático desligado

10:44

Música do dia: Supercombo - Piloto Automático

A vida começa todos os dias. — Érico Veríssimo.  


Ás vezes temo pensar sobre coisas simples, confesso. Elas simplesmente, na minha cabeça, tomam rumos inacreditáveis e se tornam gigantes, e ai vem aquele medo da responsabilidade, do tempo e da sorte. 
Até hoje eu me considero uma pessoa muito sortuda. Sim, porque eu sempre tenho oportunidades físicas e abstratas (abstratas então nem se fala...), sempre tenho coisas incríveis no meio do meu caminho, destino ou não... Tenho bons amigos (poucos, mas bons, não me interesso por quantidade nesse sentido, só pela qualidade), familiares descentes, estou envolvidas em coisas nas quais eu acredito, ou que pelo menos me arrisco a conhecer um pouco mais... Todos esses fatores me ensinam a romper meus horizontes, sem nem perceberem que estão fazendo isso.
Eu devia prestar mais atenção em como ajo com eles... Admito que quase nunca os dou a devida atenção, deixo passar em branco. Aquele velha história de aproveitar os pais enquanto estão conosco... Eu amplio ela para todas as coisas, porque tudo acaba, a gente só não sabe quando... E se soubéssemos, talvez fosse mais desesperador ainda.
Não quero trabalhar sob pressão (tempo), mas sim com ela, lado a lado, sabendo identificar tudo aquilo de bom que se camufla ao meu redor. Foi assim que aprendi com um livro que ganhei e li quando tinha 9 anos: Pollyana, que é uma narração leve e magnífica de como um simples jogo do positivismo pode nos proteger e nos fazer ir além, viver mais. Desde então eu venho aplicando ela, a meu modo claro. Em se tratando de pessoas, eu inverto a teoria para me adequar a ela, esperando sempre o pior, para caso o melhor desponte, eu tenha a oportunidade de me surpreender. Ou como preferirem encarar: primeiro enxergar os defeitos, para depois se atentar e deleitar com as qualidades positivas. O que evita muitos transtornos.

Essa música do dia traz exatamente essa vibe toda. Ela age , comigo pelo menos, como um encorajamento para levantar todos os dias de manhã, ela dá alguns pontos tão reais que vivemos e nem nos tocamos disso.
Aceitar fatos e encará-los não significa rendição ou apenas conformismo, mas é o primeiro passo para qualquer tipo de mudança; é como deveríamos lidar com todos os problemas, primeiro admitir que temos um, se não, nada poderíamos fazer a respeito, pois se não admitirmos é como se ele não existisse, então se ele não existe, não precisa ser feito nada, e tudo fica igual.
Se a gente parasse só um pouco de achar que tudo o que fazemos tem que ser baseado em não decepcionar os outros e fortalecermos nossas convicções e princípios, nos autorreconhecendo e descobrindo, entenderíamos que temos que fazer qualquer coisa para não NOS decepcionar. A vida é nossa e se a gente não viver, quem pode viver pela gente? Ninguém. Deixar algo (vida) tão memorável e incrível passar em branco é um erro fatal. E tem infinitas formas de não cairmos nesse erro.
Nossa maior responsabilidade deveria ser conosco mesmo, a de viver.

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